SEM REDE
Vou quebrar a regra mais uma vez. Por ti, que sempre as aceitaste apenas para as poder quebrar. E dorme tranquila, porque te reconheci, porque me reconheci em tudo o que escreveste, e isso apenas confirma o que sentimos ambos e eu por vezes impedi que revelasses…
Neste momento, porque te amo tanto como me amaste, e não posso, tal como não pudeste dizer-me de viva voz o que acabei de ler mas sabia que pensavas, resta-me escrever o que não vais poder ler, mas também sabias que eu pensava… Hoje, em homenagem ao nosso amor, que sempre o foi, sem nunca ter sido plenamente vivido, vou dizer-te tudo o que ficou por dizer, em palavras, tal como tu própria o farias, como tantas vezes quiseste ouvir, nem que fosse para me dizeres também o que sempre soube que querias dizer-me…Vou ser como tu. Para resgatar a única verdade que nos neguei, e que hoje, sabendo que não estás cá, questiono se terá valido a pena…Teríamos ficado mais próximos? Teria sido demasiado duro? Só te posso dizer do mais profundo de mim, que não poderia ter sido nunca, em nenhum momento, mais verdadeiro do que sempre foi…porque ao contrário de ti, o que os nossos olhos falam, para mim, torna as palavras algo desnecessárias. Eu sei… eu sei que tens os olhos que melhor sabem ler ao cimo da terra, mas apesar disso adoras as palavras…Por ti, só por ti, para que no teu conceito de verdade a verdade se erga entre nós sem dúvidas que nunca existiram, eu vou dizer-te o que já sabes sem que nunca to tivesse dito…e não tive nunca mais amor por ti, do que neste momento…
Sim, para ti sou um peixinho. Felizmente não um peixinho dourado, apenas um peixinho…e sim, sempre pensei que na vida o mais importante eram os princípios que te davam brilho ao olhar, e também é verdade que sempre partilhamos os valores mais importantes para ambos, não porque mos tivesses dado a conhecer, mas porque, tal como aconteceu contigo, já eram meus antes de te conhecer. Sim, sempre te percebi como a tal “guerrilheira” de que falaste. Para ti não era suficientemente importante leres nos meus olhos que era como tu! Tu desafiavas-me com o teu olhar para assumir com palavras o que-- desculpa -- eu não considerava tão importante dizer quanto sentir! É verdade. Não faz parte da minha forma de vida discussões estéreis embora saiba que, para ti, discussões nunca tenham sido estéreis. Mas lembras-te das noites em que, após batalhas que não te acrescentaram nada para além da força que já tinhas, teres chorado baixinho aninhada em mim, porque a única coisa que tinhas ganho, na verdade, tinha sido a decepção, o desencanto?
Não, não me envergonho de ser como sou. E confesso, ainda hoje te amo e já não estás estas aqui e apesar de te ter respeitado como poucos o fizeram, tu mereceste sempre mais. Apesar, ou pelo facto de teres sido sempre dura com quem amavas, por considerares que ninguém te merecia menos do que isso, por considerares que os que amavas não te mereciam menos do que a verdade, tal como a sentias por mais dura que parecesse…sempre te importaste, nunca passaste ao lado de quem amavas… e sempre amaste mais do que parecia possível… das mais diversas maneiras…
Não, tu não foste nunca um peixinho. Para mim, eras uma guerrilheira asfixiada na sua própria teia de pequenas batalhas. Lembras-te das tuas guerrinhas contra o preconceito? Vou confessar-te, algumas vezes pensei que esse era o teu único preconceito: “não ter preconceitos”. E sei que houve alguma injustiça nesse pensamento; talvez tenhas razão quando dizes que vivo numa concha aberta de onde nunca saio, mas também penso que o teu grande problema talvez tenha sido caminhar sem pensar num lugar para onde pudesses voltar, um porto de abrigo,,, desprotegida, exposta à luz e às intempéries também, não te permitiste um espaço de descanso, um porto seguro…Para onde querias ir quando as tuas forças se esgotassem? Ou… será que foste para o teu porto seguro que escondeste de todos, quando as tuas forças se esgotaram e escondeste isso de todos? Sim, estou a ser como tu. Sinto-me neste momento mais como tu do que como eu próprio. Revoltado porque era cedo, revoltado porque não tinhas dado tudo quanto tinhas para dar. Eu sei que deste de ti tudo quanto tinhas para dar, sempre…não haveria mais, já? Será que estou a ser tão como tu que acredito que tinhas que ser inesgotável? Que foi injusto para mim teres saído do teu sonho, o teu casulo, afinal, tal como a minha concha, para fazeres 70kms, pôr um envelope no correio…e na volta, teres-te distraído de tal forma que tivesses deixado a noite derramar o seu manto sobre ti e te apagasse? Será que, como única consolação me resta acreditar ter sido um pouco do nosso amor mal escondido que te tenha feito pensar em mim nos últimos segundos que antecederam o anoitecer?
Neste momento, porque te amo tanto como me amaste, e não posso, tal como não pudeste dizer-me de viva voz o que acabei de ler mas sabia que pensavas, resta-me escrever o que não vais poder ler, mas também sabias que eu pensava… Hoje, em homenagem ao nosso amor, que sempre o foi, sem nunca ter sido plenamente vivido, vou dizer-te tudo o que ficou por dizer, em palavras, tal como tu própria o farias, como tantas vezes quiseste ouvir, nem que fosse para me dizeres também o que sempre soube que querias dizer-me…Vou ser como tu. Para resgatar a única verdade que nos neguei, e que hoje, sabendo que não estás cá, questiono se terá valido a pena…Teríamos ficado mais próximos? Teria sido demasiado duro? Só te posso dizer do mais profundo de mim, que não poderia ter sido nunca, em nenhum momento, mais verdadeiro do que sempre foi…porque ao contrário de ti, o que os nossos olhos falam, para mim, torna as palavras algo desnecessárias. Eu sei… eu sei que tens os olhos que melhor sabem ler ao cimo da terra, mas apesar disso adoras as palavras…Por ti, só por ti, para que no teu conceito de verdade a verdade se erga entre nós sem dúvidas que nunca existiram, eu vou dizer-te o que já sabes sem que nunca to tivesse dito…e não tive nunca mais amor por ti, do que neste momento…
Sim, para ti sou um peixinho. Felizmente não um peixinho dourado, apenas um peixinho…e sim, sempre pensei que na vida o mais importante eram os princípios que te davam brilho ao olhar, e também é verdade que sempre partilhamos os valores mais importantes para ambos, não porque mos tivesses dado a conhecer, mas porque, tal como aconteceu contigo, já eram meus antes de te conhecer. Sim, sempre te percebi como a tal “guerrilheira” de que falaste. Para ti não era suficientemente importante leres nos meus olhos que era como tu! Tu desafiavas-me com o teu olhar para assumir com palavras o que-- desculpa -- eu não considerava tão importante dizer quanto sentir! É verdade. Não faz parte da minha forma de vida discussões estéreis embora saiba que, para ti, discussões nunca tenham sido estéreis. Mas lembras-te das noites em que, após batalhas que não te acrescentaram nada para além da força que já tinhas, teres chorado baixinho aninhada em mim, porque a única coisa que tinhas ganho, na verdade, tinha sido a decepção, o desencanto?
Não, não me envergonho de ser como sou. E confesso, ainda hoje te amo e já não estás estas aqui e apesar de te ter respeitado como poucos o fizeram, tu mereceste sempre mais. Apesar, ou pelo facto de teres sido sempre dura com quem amavas, por considerares que ninguém te merecia menos do que isso, por considerares que os que amavas não te mereciam menos do que a verdade, tal como a sentias por mais dura que parecesse…sempre te importaste, nunca passaste ao lado de quem amavas… e sempre amaste mais do que parecia possível… das mais diversas maneiras…
Não, tu não foste nunca um peixinho. Para mim, eras uma guerrilheira asfixiada na sua própria teia de pequenas batalhas. Lembras-te das tuas guerrinhas contra o preconceito? Vou confessar-te, algumas vezes pensei que esse era o teu único preconceito: “não ter preconceitos”. E sei que houve alguma injustiça nesse pensamento; talvez tenhas razão quando dizes que vivo numa concha aberta de onde nunca saio, mas também penso que o teu grande problema talvez tenha sido caminhar sem pensar num lugar para onde pudesses voltar, um porto de abrigo,,, desprotegida, exposta à luz e às intempéries também, não te permitiste um espaço de descanso, um porto seguro…Para onde querias ir quando as tuas forças se esgotassem? Ou… será que foste para o teu porto seguro que escondeste de todos, quando as tuas forças se esgotaram e escondeste isso de todos? Sim, estou a ser como tu. Sinto-me neste momento mais como tu do que como eu próprio. Revoltado porque era cedo, revoltado porque não tinhas dado tudo quanto tinhas para dar. Eu sei que deste de ti tudo quanto tinhas para dar, sempre…não haveria mais, já? Será que estou a ser tão como tu que acredito que tinhas que ser inesgotável? Que foi injusto para mim teres saído do teu sonho, o teu casulo, afinal, tal como a minha concha, para fazeres 70kms, pôr um envelope no correio…e na volta, teres-te distraído de tal forma que tivesses deixado a noite derramar o seu manto sobre ti e te apagasse? Será que, como única consolação me resta acreditar ter sido um pouco do nosso amor mal escondido que te tenha feito pensar em mim nos últimos segundos que antecederam o anoitecer?
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